domingo, 25 de março de 2012

Atirei o pau ao gato




Esta semana, vá-se lá saber porquê, estalou a polémica nos noticiários nacionais porque aparentemente uma educadora de infância num infantário na Ericeira decidiu alterar a “cantiga” infantil “Atirei o pau ao gato” para incluir a frase “Vai-te embora pulga maldita/batata frita/viva o Benfica”. Tudo veio a público quando o pai de uma das crianças, o Sr. Eduardo Mascarenhas, adepto do F. C. Porto e amigo dos animais, fez uma queixa formal ao Ministério da Educação e à Federação Portuguesa de Futebol alegando-se chocado com a violência e “indução a comportamentos de rivalidade”.

Vejam o vídeo da reportagem:



O F. C. Porto também repudiou em comunicado oficial esta atitude da educadora de infância, por esta não ter alterado a letra da música infantil para incluir a expressão “Vai-te embora pulga maldita/tripas/viva o F. C. Porto”, desejando também que o título da música passasse a ser “Atirei o pau à Águia.”. Vejam a imagem seguinte que retrata o desejo do F. C. Porto:



Rivalidades entre clubes à parte… Gostaria de lançar para discussão pública a seguinte questão sobre a letra original desta música: “Haverá mais incitação à violência do que ensinar as crianças a atirarem com paus aos animais?”. Vou deixar aqui a letra completa para meditarem um pouco sobre a mesma e para avaliarem o que é pior para as crianças: cantarem “Viva o Benfica” ou “Atirei o pau ao gato, mas o gato não morreu”. Aqui fica a letra macabra:

Atirei o pau ao gato - to
Mas o gato-to não morreu-eu-eu
Dona Chica-ca assustou-se se
Com o berro, com o berro
Que o gato deu – Miauuuu!

Assentada à chaminé-é-é
Veio uma pulga-ga mordeu o pé-é-é
Ou ela chora ou ela grita
Oh vai-te embora
Pulga maldita

1 comentário:

Anónimo disse...

Que dizer então da história do capuchinho vermelho em que o caçador abre a barriga do lobo, animal em extinção,para tirar a avó que foi engolida pelo referido lobo? Ou da Branca de neve que quase lhe arrancaram o coração?
Talvez valha a pena pensar no significado e no simbolismo dos contos e das cantigas populares que permitem às crianças elaborar e compreender sentimentos mais negativos, de agressividade e violência de forma simbólica e saudável, porque eles existem e não adianta fazer de conta que não existem.