A indústria automóvel mundial está a atravessar momentos difíceis provocados pela crise. A prova disso é que a Ford, a General Motors e a Chrysler pediram ajuda ao governo norte-americano, ajuda essa ontem à noite negada no senado.
A principal causa para que o sector automóvel esteja em tais dificuldades está directamente relacionada com o facto de as pessoas estarem lisas, ou seja, não possuírem €20000 ou mais para a comprarem carros novos e por isso não escoam os stocks de carros já fabricados que por sua vez dariam espaço para serem colocados os que irão ser construidos no futuro.
Uma das medidas a implementar pelo governo norte-americano para recuperar a indústria automóvel seria a venda de alguns Ford Modelo T, os primeiros carros a serem produzidos em série em todo o mundo e actualmente expostos nos museus da Ford, a coleccionadores multi-super-ricos e milionários, sendo que o dinheiro arrecadado seria dividido pelas três empresas americanas para retomarem o fabrico com normalidade.
Cá em Portugal, o governo viu na necessidade de ajudar o sector automóvel uma boa hipótese de investimento. Ao disponibilizar ajudas às empresas produtoras de automóveis através de empréstimos, o estado, através de um dos seus muitos bancos, cobrará juros elevados às empresas “ajudadas”. As empresas por sua vez, com o dinheiro conseguido, mantêm os postos de trabalho e vão produzindo mais e mais carros. Em lugar de diminuírem os preços dos carros, as empresas terão de aumentar os preços para conseguirem pagar as dívidas ao estado e por sua vez, os funcionários, uma vez que mantêm os seus empregos, serão capazes de adquirir carros novos. Através desta aquisição, os portugueses, pagarão impostos maiores sobre os carros (porque têm os preços mais elevados), e pagarão também um maior valor de IVA, que por sua vez incide sobre os restantes impostos. Desta forma o governo será capaz de recuperar todo o dinheiro investido em dois dias, sendo que os restantes dias darão origem a avultadas somas de margem de lucro.
Enquanto umas empresas do sector automóvel estão em crise financeira, outras estão em crise de bom gosto, já que fabricam carros que ninguém quer de tão feios que são. Este é um problema que não pode ser resolvido pelos governos, mas sim pelos designers das marcas, através do suicídio ou despedimento (o que lhes provocar menos transtorno). Deixo aqui alguns exemplos desses carros (eu conheço alguns bem piores, mas achei que poderiam ser demasiado chocantes até para este blog).