quinta-feira, 24 de abril de 2008

A Burlona

Hoje enquanto estacionava num estacionamento subterrâneo numa cidade portuguesa, mesmo aqui em Portugal, vi uma senhora que andava para trás e para a frente feita tolinha. Ela esperou que eu saísse do carro e abordou-me com uma pergunta que influenciou logo a restante conversa…perguntou-me se eu era desta cidade e como eu disse que não ela veio com a história número um, ou seja que era professora do departamento de matemática da Universidade cá da zona e que já estava atrasada para uma reunião, e que não podia ir porque estava nervosa e tinha o carro no mesmo parque em que eu estacionei, tinha lá deixado o cartão Multibanco dentro e não tinha moedas para pagar o parque. Então pediu-me 3 euros para pagar a saída dela do parque. Só não me parti todo a rir porque estava com alguma pressa.

Como é que ela sabia que o bilhete custava 3 euros? Mesmo que fosse verdade que o bilhete custava 3 euros, isso quer dizer que a senhora, ou burlona, como a queiram chamar, estava há mais de 3 horas no parque sem ter ido ao carro buscar o cartão Multibanco para levantar dinheiro! Ninguém ia estar mais de 3 horas à espera dela para principiar a reunião…Depois mesmo que o bilhete custasse 3 euros e como o tempo na máquina, tal como em todo o Universo, vai passando, os 3 euros deveriam ter aumentando também! Ela para ser mais credível tinha de ficar na proximidade da máquina de pagamento e quando alguém lá fosse para pagar o bilhete dela, podia confirmar qual a quantia que ela devia!

Como eu não nasci ontem, não caí no esquema, mas fiquei com vontade de lhe dar o dinheiro para ela ir embora uma vez que não tem queda nenhuma para a profissão de burlona. Ela bem tentou, até tinha um esquemazito mais ou menos bem montado. Estava com uma espécie de roupa de executiva, tipo fato, em cinzento, tinha uma pastinha para indicar que tinha lá documentos importantes para a reunião e começava a história com a pergunta se a pessoa era de lá ou não e que estava muito nervosa. Como eu disse que não era de lá, ouvi a história de que ela era, foi pena não ter mudado de opinião a meio da conversa para dizer, bem eu até sou de cá e tal, para ela me contar a outra versão, mas não deu tempo. Se algum de vocês também a encontrou hoje e tenha conhecimento da outra versão da história era engraçado colocar aqui um comentário com essa versão para nos rirmos um pouco em conjunto!

Eu para ir embora disse-lhe que não tinha dinheiro e é claro que ela acreditou que eu não tinha e deve ter ficado a pensar que eu tinha lá ido estacionar o carro e que iria burlar também uns inocentes transeuntes para me darem dinheiro para tirar o carro!

Sem comentários: