domingo, 11 de novembro de 2012

Mensagens positivas nas janelas



Ontem vi no Telejornal da SIC uma “notícia” sobre o “Projecto 19 Caracteres” de uma agência de publicidade que pretendia fazer alguma publicidade gratuita e ter algum tempo de antena na SIC para atrair novos clientes (aparentemente resultou, e por muito que pense, este assunto nada tem de material digno de notícia).

Esta empresa em questão, cujo nome não sei, não me interessa saber e se por algum motivo soubesse, também não o iria divulgar aqui, lembrou-se de “passar graxa” aos portugueses colocando mensagens “positivas” nas 19 janelas do seu escritório num prédio em Lisboa. Segundo eles, estas mensagens “positivas” serviriam para animar e motivar os Portugueses que por lá passassem que andam deprimidos com tudo o que se passa (mau governo, crise, pobreza, austeridade, desemprego, a má qualidade do Ainda Pior Blog, as derrotas do Sporting, etc.). Como se por alguma magia essas mensagens fossem resolver alguma coisa. Eu diria até, que em alguns casos até terá exactamente o efeito contrário.

O que é certo é que esta agência de comunicação e publicidade, que supostamente é composta por profissionais criativos, ficou sem ideias e então convidaram os portugueses a enviar mensagens para eles usarem (de forma gratuita, para terem ainda mais publicidade para ganharem mais clientes e saírem eles próprios da crise). As únicas regras que eles colocaram foram as seguintes: as mensagens devem ter no máximo 19 caracteres, incluindo os espaços (até nisso tiveram falta de imaginação ao tentarem imitar o Twitter) e as mensagens têm de ser positivas. Eu decidi contribuir com a minha imaginação peculiar e preparei algumas mensagens que eles poderão utilizar (não sei se têm ou não, mas deviam ter algarismos, hífenes, caracteres especiais, etc. para facilitar o processo criativo):
  • Não temos ideias
  • Queremos clientes
  • Vende-se loja
  • Sem ideias ajudem
  • Procuro emprego
  • Mensagem positiva
  • Janelas com letras
  • Aumentar o défice
  • Mais impostos
  • Mais desemprego
  • Mais pobreza
  • Mais escalões IRS
  • Mais austeridade
  • Aguenta aguenta
  • Crédito habitação
  • Ajax limpa vidros
  • Ainda Pior Blog
Com o sucesso desta campanha publicitária, a agência pretende crescer, adquirir todos os escritórios do prédio onde se instalaram para poderem utilizar todas as janelas disponíveis com textos, palavras cruzadas, etc. Mais tarde vão tentar conquistar o mundo e colocar letras em todas as janelas de todos os prédios (penso que a primeira obra literária que irão recair sobre o livro “Os Lusíadas”). Se isto correr mal e tiverem de fechar a empresa, vão abrir uma nova empresa de cortinados e blackouts com letras para que os portugueses possam mandar mensagens para os seus vizinhos.

domingo, 4 de novembro de 2012

Ressonância Magnética



No outro dia fui fazer uma ressonância magnética porque comecei a sentir uma dorzinha numa zona delicada no meio das pernas (no joelho). Esta dor apareceu porque foi a forma que o meu corpo encontrou para me dizer que já não tenho idade nem porte atlético para jogar futsal e algumas das juntas e articulações podem estar a dar de si.

Foi a primeira vez que vi ao vivo uma máquina de ressonância magnética e primeira ideia que me veio à cabeça é que parece um donut gigante (o sonho do Homer Simpson). Tendo em conta que me ia deitar naquela coisa e entrar por um buraco a dentro e o exame em si é uma merda, a segunda ideia que me passou pela cabeça foi uma cena do filme Scary Movie 4 onde vemos um gajo a ser puxado por uma lombriga para dentro do traseiro de um extra-terrestre que estava sentado numa sanita a bordo do seu tripod. Vejam o vídeo seguinte que mostra uma cena cortada, mas a parte em questão apareceu no filme final (minuto 1:30):



Nos filmes de acção, sempre que vemos uma máquina destas, alguém a liga no meio de uma luta e tudo o que é feito de metal é automaticamente atraído para a máquina, como pistolas, facas, etc. Isso não acontece na realidade, porque se acontecesse, a sala onde fiz o exame não tinha focos no tecto nem nada. A própria máquina tem algumas partes metálicas no exterior, como parafusos, e até o logo da Siemens que não começaram a abanar e a saírem disparadas em direcção aos ímanes, mas recomenda-se que não tenham nada metálico no corpo, como parafusos, piercings, brincos, etc.

Voltando ao exame/scan por ressonância magnética, quando marquei este exame a pessoa do atendimento do hospital informou-me que tinha de estar 6 horas em jejum (porque decorou que alguns dos exames necessitam deste tipo de preparação) e não cheguei a confirmar se tinha mesmo de estar ou não em jejum para a ressonância ao joelho, mas pelo sim e pelo não, decidi ficar sem comer as 6 horas ou e não para o caso de a máquina da ressonância atrair com os seus ímanes gigantes o ferro ingerido nas 6 horas anteriores. O facto é que comecei logo mal porque cheguei ao exame e na hora marcada cheiinho de fome (e ainda por cima, o exame atrasou-se quase 1 hora). Preenchi um formulário/questionário de autorização para responder se não estava grávido, se não tinha nenhum pacemaker ou parafuso no corpo e, entre outras coisas, se não era claustrofóbico (olhando para a máquina na foto percebem o porquê). Entrei para o exame, tive de tirar a roupa toda, excepto a roupa interior e tive de vestir uma bata daquelas que não se percebem muito bem como se vestem e que nos deixam a parte traseira um pouco desprotegida e ao relento. Será que é mesmo necessário que estas batas tenham uma abertura? Tenho uma teoria que os técnicos (e técnicas) fazem de propósito para poderem dar uma espreitadela para o backside dos pacientes, mas não tenho provas. O que é certo é que se o Balotelli fosse fazer um exame destes, tinha de ser anestesiado. Não por ter medo de espaços confinados, mas para que lhe conseguissem vestir a bata (já sabemos que não ele consegue vestir coletes, senão vejam o vídeo seguinte). Para os pés deram-me umas toucas para calçar por cima das meias e lá fui eu em direcção à máquina.



Falando um pouco sobre a máquina de ressonância, se virem as fotos para a comunicação social e de produto da Siemens sobre as suas máquinas, podemos ver os médicos e os pacientes todos sorridentes e felizes por estarem a interagir com esta máquina. Tentam passar uma mensagem que uma ressonância magnética é um exame simples e agradável de se fazer, mas a realidade é outra como vão poder perceber mais à frente. Vejam algumas dessas imagens:




Se tiverem pavor e entrarem em pânico em espaços muito apertados, não se vão sentir muito bem durante o exame uma vez que os pacientes entram dentro de um buraco da máquina, exame esse que demora normalmente 20 ou 30 minutos (podem demorar mais para outras partes do corpo). Outro problema do exame é que têm que ficar completamente imóveis. Se se mexerem demais, o exame tem de começar de novo.

O maior problema, na minha opinião é o barulho ensurdecedor que a máquina faz. No meu exame deram-me uns auscultadores para ouvir música e para abafar o ruído, mas não serviu de nada. Enquanto a corrente eléctrica passava pelos ímanes, ouvia tanto ruído que parecia que tinha alguém na sala a partir o chão e as paredes com um martelo pneumático ou que estava a fazer o exame no meio de uma pedreira com uma britadeira a partir pedra junto à minha cabeça. Se fosse uma ressonância na cabeça, de certeza que o barulho ainda era pior porque teria a cabeça dentro da máquina, que no meu caso não foi necessário. O que é certo é que o barulho abafava a música dos auscultadores e não o contrário.


Outro problema do ruído é que por qualquer motivo não é constante. Parece que uma britadeira a partir tipos e tamanhos de pedra diferente. Quando pensamos que já terminou, na prática a máquina parece estar a ganhar fôlego para começar a partir pedra de novo (ouvem-se uns silvos como se a máquina estivesse a arfar). Na imagem seguinte podemos ver uma foto da máquina de ressonância magnética se tivemos em conta o ruído que faz:



No meu caso, passados os primeiros 15 minutos deitado, imóvel, já habituado ao ruído, comecei a ficar cheio de sono e então a minha preocupação era tentar ficar com os olhos abertos para não adormecer. Se adormecesse, poderiam acontecer duas coisas que iriam arruinar de certeza o exame. A primeira é que quando estamos na eminência de adormecer, por vezes damos um “salto” na cama e naquele caso, e como tinha o joelho prezo na máquina, se desse um salto ainda piorava a minha lesão e se mexesse a perna teria de recomeçar o exame. A segunda coisa má que poderia acontecer, mas desta feita para a máquina e não para mim, se eu adormecesse, iria de certeza começar a ressonar e teria de ser a máquina a chamar o técnico do exame a reclamar que aquilo era mesmo muito desagradável, teria de pedir uns auscultadores para abafar o meu ruído e não o contrário ou até teria de pedir para cancelar o exame premindo o botão/campainha de pânico.

Se pensarmos bem, a palavra ressonar até provém da palavra ressonância.

sábado, 3 de novembro de 2012

Garrafão de Água de 6 Litros


Há alguns meses atrás comecei a assistir ao lançamento de garrafões de água sem gás de 6 litros por parte de algumas marcas, como o caso das marcas Fastio, Luso (que começou com o garrafão de 5,4 Litros) e até a marca Continente. Numa primeira análise esta iniciativa até me pareceu boa ideia porque podia comprar menos garrafões para levar mais água para casa, mais barata com a vantagem de criar menos lixo para reciclar e colocar o Ecoponto Amarelo. O que parecia uma boa ideia na teoria, rapidamente se tornou um problema quando passamos para a prática.

O problema começou logo no momento de colocar os garrafões no carrinho de compras. Para começar, o garrafão é mais pesado (mais um Kg de peso por garrafão, mais grama menos grama) e como se não bastasse, os garrafões vêm em conjuntos de 3 unidades embrulhados em plástico. Ou seja, estamos a falar em levantar 18Kg de uma vez caso não queiramos rasgar os plásticos lá no supermercado e deixarmos aquilo tudo cheio de lixo. Isto significa que o Continente vai ter de começar a disponibilizar outro tipo de carrinhos de compras que nos permitam adquirir estas embalagens gigantescas. Vejam a foto seguinte que consegui arranjar em primeira mão onde podemos ver os carrinhos de compras actuais e os carrinhos de compras do futuro:



Se continuam a aumentar muito os garrafões de água, quando dermos por nós iremos ter de comprar e carregar para casa garrafões de água de 1000 Litros ou até reservatórios inteiros com milhões de litros de água, como os das fotos seguintes:

Garrafão de Água Continente de 1000 Litros:



Garrafão de Água Continente de 50 Milhões de Litros:



Para além de darem muito trabalho a carregar e transportar para casa por ficarmos cansados, com hérnias e com muita sede, no final o problema aumenta mais um pouco porque já não temos força para servirmos um copo de água e podemos sofrer de desidratação. Se acontece isto com os adultos, agora imaginem uma criança a tentar servir um pouco de água para tentar saciar a sua sede. E se o garrafão cai em cima da criança? E se a criança por descuido entornar o garrafão e provocar uma inundação? Para utilizarmos estes garrafões em casa, sugiro que aprendam a nadar e que as crianças lá de casa tenham sempre vestidos os coletes salva-vidas, manguitos, bóias e toucas no momento de servirem um copo de água.

Aliás, estes novos garrafões têm tanta água que o Vítor Gaspar já está a preparar um novo aumento de IMI para as moradias das pessoas que os comprem, porque vão passar a ser consideradas casas com piscina e como moradias de luxo terão de pagar mais impostos. Para além do problema da quantidade de água e logística para o transporte, também temos problemas quando analisamos o preço e verificamos que não poupamos nada com este nova embalagem de água.

Fui aos meus arquivos de talões de compras e verifiquei que um garrafão de água sem gás da marca Continente de 5 Litros custava 0,42 Euros em Julho de 2012 (ou seja 0,084 Euros por litro). Hoje, dia 03 de Novembro de 2012, o garrafão de 6 Litros de água sem gás da marca Continente custa 0,55 Euros (ou seja 0,0916 Euros por litro). Ou muito me engano ou estamos a pagar mais para que os Hipermercados Continente poupem uns trocos nas embalagens de água, ganhando mais trocos no produto? Vejam as provas nas imagens seguintes e no Continente Online:



sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Trabalho Sexual é Trabalho

Numa altura em que a esmagadora maioria dos trabalhadores portugueses estão saturados (e arruinados) por pagarem tantos impostos (e cada vez iremos pagar mais se ninguém meter um travão nestes “governantes”), existem outros portugueses que estão mortinhos por começarem eles próprios a pagar também. Estou a falar dos trabalhadores do sexo, como prostitutas e prostitutos, strippers, operadores e operadoras de linhas eróticas e actores e actrizes pornográficos. Uns pretendem deixar de serem chulados e pretendem ficar com a maioria dos seus rendimentos, outros pretendem arranjar o maior chulo de todos – o Estado.

O Vítor Gaspar já veio dizer que concorda e acha muito positivo este aumento considerável do número de contribuintes que poderá provocar um enorme aumento da receita do Estado e já começou até a pensar numa taxa extraordinária com efeitos retroactivos (com ou sem trocadilhos badalhocos). Falta perceber como é que estes trabalhadores do sexo poderão passar facturas pelos serviços, qual a Classificação Portuguesa das Actividades Económicas (CAE) a introduzir no sistema e qual a percentagem de IVA que irá incidir sobre estes serviços.

Vejam a campanha publicitária lançada pela Rede sobre Trabalho Sexual com o tema “Trabalho Sexual é Trabalho”:



Uma coisa é certa, acho bem que todos paguem impostos, porque dessa forma pode ser que o valor que cada um paga possa diminuir um pouco.

Podem encontrar mais informação sobre este tema aqui.

iPad Mini



A maioria das pessoas nem se apercebeu, mas a Apple lançou recentemente mais um “inovador” produto – o iPad Mini. Que é exactamente igual ao iPad anterior, mas que é mais pequeno, ou seja, tem ainda menos utilidade e também não vou perder muito tempo a explicar o que (não) tem. A conferência de imprensa (ou palhaçada, como quiserem chamar-lhe) baseou-se toda no facto de podermos segurar o novo iPad mini só com uma mão… eu também consigo segurar o papel higiénico só com uma mão para limpar a merda que faço quando uso o WC e não tento impingir o meu papel higiénico a ninguém.



O importante aqui é salientar que me parece que a Apple começou finalmente a ser desmascarada ao deixar que o mercado se aperceba que nada faz de inovador (eu já topei isto há anos, mas como tenho o pior blog de todos, ninguém leu e os que leram não deram importância). Aliás, como dizia alguém num artigo num prestigiado blog de tecnologia, a Apple luta contra tudo e contra todos, mas esquece-se da principal luta por um lugar como empresa inovadora (blog esse que costumava dar algum destaque aos novos lançamentos da Apple, mas que também já começaram a perceber o que se passa).

Os fãs da marca Apple ainda não se aperceberam que estão constantemente a ser enganados. A estratégia da Apple baseia-se na mensagem subliminar que os produtos que lançam hoje, são “muito melhores e mais inovadores” do que aqueles que lançaram anteriormente e que ao mesmo tempo são muito piores do que aqueles que vão lançar daqui a 6 meses. Os pobres coitados dos fãs ainda nem acabaram de se vangloriar com o seu produto actual e já estão ansiosos por comprar o próximo (só porque tem mais um pixel de resolução no ecrã, ou pesa menos 1 grama). Com o iPad, esta situação tornou-se ridícula, existem uns quantos iguais, que foram lançados ao ritmo de mais ou menos 6 meses, sem diferenças assinaláveis e os fãs “tiveram” de os comprar todos e nem sequer sabem o que ganharam com isso ou se tiveram qualquer vantagem. Será que estes “viciados” conseguem fazer e fazem alguma coisa com o iPad actual que não conseguissem fazer com o primeiro (ou até com outro tablet da concorrência)? Uma coisa é certa, acabaram por gastar 5 ou 6 vezes mais dinheiro ao comprarem todas as versões apenas e só para dizerem que têm o último iPad. Já agora, chama-se Novo iPad, iPad 4, iPad com ecrã XPTO, iPad normal mas numa caixa Mini, ou como é que se chama afinal o mais recente? Com o iPhone passou-se o mesmo (iPhone, iPhone 3GS, iPhone 4, iPhone 4s, iPhone 5 e eu não vejo diferenças assinaláveis de uns para os outros a não ser o nome do modelo).

Posso ainda salientar outra grande mudança que está a acontecer com a Apple. Até agora a Apple processava a Samsung por tudo e por nada, mas a Apple agora copia a estratégia da Samsung. Sou o único a pensar que o iPad Mini é uma cópia do Samsung Galaxy Note? Não gosto de tentar adivinhar o futuro, mas parece-me que o próximo produto “inovador” da Apple será uma espécie de “S Pen” como a da Samsung? Será que se vai chamar “iPen”? Fica a previsão.

O que é certo é que a Apple está a ficar para trás, ou seja, está a ficar no lugar que lhe pertence de facto e este facto ainda se vai notar mais com o renascimento da Microsoft e a sua entrada no mundo dos dispositivos móveis com o sue novo sistema operativo Windows 8, Windows RT e com o novo tablet Surface.

Podem tentar encontrar mais informação sobre o iPad Mini aqui.