Ontem foi o último dia da minha viagem a Itália e cheguei a casa hoje, pouco depois das 00h. Como foi um dia bastante preenchido, não deu para escrever nenhum texto a partir de Itália, mas isso não me impede de revelar a partir de Portugal mais algumas coisas que por lá se passaram.
Na última noite que passei no hotel não consegui dormir quase nada. Não por medo da senhora do quadro, com a qual me fartei de conversar durante a semana e acabámos por ficar amigos, mas sim devido, entre outras coisas, a um pássaro que passou a noite a cantar. Penso que era um melro, mas não tenho a certeza. Digo isto porque o som que ele emitia era igual ao emitido pelos melros portugueses, mas em italiano. Ele cantava “il pio”, “il pio”, em lugar de “piu”, “piu”.
Outra coisa que me fez passar a noite em claro foi a fome. No jantar tinha ido a um restaurante chique e tive a infeliz ideia de deixar que o pessoal italiano que me acompanhou ao jantar escolhesse o prato. Antes de ver o aspecto daquilo que eles tinham escolhido, apenas tinha percebido que a refeição teria peixe. Enquanto esperava fui comendo umas estranhas entradas que o empregado colocou na nossa mesa. Era uma iguaria feita com restos de massa de piza e com resto de molho de tomate. Parecia aqueles pedaços que sobram quando as crianças comem piza (apenas a côdea sem qualquer ingrediente). Como a fome era tanta, lá fui comendo aquilo. Quando chegou o prato escolhido fiquei espantado com aquilo que vi: um enorme prato com 9 fatias de 3 tipos de peixe. As fatias eram tão finas que até eram transparentes. Acompanhando o peixe vinham 3 fatias de pão e um monte de manteiga em cima e vinha também um pouco de vegetais, que me pareceu ser relva. Os peixes eram peixe-espada, salmão e atum. Mas falta ainda explicar o pior: os peixes não eram cozidos, nem fritos, nem assados ou grelhados, mas eram todos fumados. Para não ser mal-educado, tive de comer aquilo tudo e a única forma de o fazer foi misturando sempre um pouco de pão, muita manteiga, um pouco de relva e um pouco do “peixe”, mastigar pouco, engolir rápido, empurrando tudo com bastante água e mais pão. Foi uma longa refeição para mim. No final tive de me vingar nas sobremesas, tendo comido duas fatias de bolo. Posso dizer que o melhor do jantar foram aquelas estranhas entradas.
Por volta das 19h locais, apanhei o avião para Portugal e, para não variar, fui prendado com mais e mais peidos, mas desta feita, emitidos por um inglês que vinha ao meu lado. No que a aromas diz respeito, foi uma viagem multicultural.
sábado, 4 de abril de 2009
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