domingo, 9 de dezembro de 2012

Ser mau na Tailândia, parte 3

Continuando este post e este post vou partilhar hoje mais algumas coisas vividas nas minhas aventuras pela Tailândia.

Economia:
Tendo em conta o que vi em Bangkok e o que li, a Tailândia é um dos países que tem a sua economia em crescimento acentuado. As pessoas têm os seus empregos, parecem andar descontraídas na rua, não têm stress, têm dinheiro para gastar, divertem-se e tem um bom nível de vida. Basta vermos alguns sinais que indicam isso mesmo.

Fui a um dos maiores e mais importantes centros comerciais do país, Central Plaza Shopping Mall, que fica ligado directamente ao hotel onde fiquei alojado, o Centara Grand at Central Plaza Ladprao, e nem precisava de ir à rua para ir do hotel para o centro comercial. Reparei que o centro comercial estava sempre cheio de pessoas, independentemente da hora (e fui lá duas vezes em dois dias distintos da semana, nem sequer era fim-de-semana). Todas as pessoas andavam a passear, a comprar e a falar ao telemóvel, outro sinal de alguma capacidade financeira. Toda a gente tinha pelo menos um smartphone (a esmagadora maioria das pessoas tinham smartphones Samgung Galaxy SII e SIII e iPhones) e algumas pessoas tinham ainda tablets porque um gadget só não é suficiente. Na Tailândia usam tanto os telemóveis que vi um grupo de 3 raparigas amigas que ia juntas, mas iam todas a falar ao telemóvel (só espero que estivessem a falar com outras pessoas à distância e não estivessem a falar em conference call umas com as outras). As únicas pessoas que não tinham telemóveis topo de gama eram as empregadas de limpeza, mas elas tinham na mesma telemóveis e eram smartphones com ecrã táctil. Escusado será dizer que as lojas de telemóveis do centro comercial estavam todas apinhadas de pessoas.

Um sinal da riqueza do país pode ser obtido olhando para o parque automóvel, e como referi anteriormente, não vi carros velhos nas estadas. E vi alguns carros exóticos, como o Bentley Continental que estava estacionado na entrada do centro comercial:

 

Cidade de Bangkok:
Bangkok é uma cidade grandinha, cheia de prédios, lojas de escritórios onde grandes empresas prosperam. Os prédios eram tão grandes que quase tinha que me deitar no chão para não ter uma entorse no pescoço enquanto tirava fotos. Vejam algumas fotos:









Como todas as grandes cidades, no meio da riqueza vamos conseguindo ver alguns sinais de problemas, como pobreza, poluição e riachos/canais poluídos com esgotos. Nas fotos seguintes podem ver uma maquete de um prédio de escritórios de Bangkok (a torre SC Asset Shinawatra Tower III) e podemos comparar o que foi projectado, e o que existe na realidade. Se ao nível do prédio não podemos ver grandes diferenças, se olharmos atentamente para a maquete reparámos que o canal que passa mesmo em frente foi representado com água azul e cristalina, e na realidade o que lá passa é um grande esgoto e o cheiro que emana na realidade, foi esquecido na maquete:









Mesmo ao lado da torre das empresas ricas e poderosas, existe uma tasca ao ar livre com mesas mesmo ao lado do tal riacho do esgoto. Tendo em conta o que vi e cheirei aposto que nem o Bear Grylls (http://aindapiorblog.blogspot.pt/2010/11/bear-grylls-man-vs-wild.html) teria coragem de lá fazer uma refeição:





Outro indicador da riqueza e prosperidade da Tailândia é a publicidade. Enquanto em Portugal os outdoors estão vazios, a apodrecer ou então apenas tem o número de telefone da empresa que os gere, na Tailândia existem outdoors gigantescos (eu diria que têm mais de 50 metros de comprimento). Vejam dois exemplos deste tipo de outdoors, o primeiro instalado nos arredores de Bangkok, e o segundo nas bermas das vias rápidas e auto-estradas de Bangkok, perto do Aeroporto têm vários destes a competir pela atenção dos potenciais consumidores:





Uma coisa que não cheguei a compreender na minha viagem foi a confusão e a complexidade existente nas instalações eléctricas existentes nos postes das ruas de Bangkok. Existem centenas de diferentes fios agarrados aos postes e as caixas eléctricas também não me pareciam estar nas melhores condições. Será que cada casa ou escritório que necessita de electricidade é instalado por alguém com formação ou é o próprio proprietário que compra 50 km de cabo e liga directamente o quadro eléctrico à central eléctrica? A confusão é tal que duvido que alguém faça reparações, parece que sempre que existe uma avaria é colocado um cabo por cima dos outros cabos existentes, deixando lá os que não funcionam. Acho que as raízes das árvores estavam mais arrumadinhas e organizadas do que os fios eléctricos, seguindo um padrão. Vejam as fotos seguintes para perceberem o que eu estou a dizer:















Comida:
A comida é sempre um problema quando se viaja para um país com tradições, cultura e culinária diferente da nossa, como é o caso dos países asiáticos. No caso da Tailândia, e como sempre faço quando visito estes países, tento evitar comer coisas estranhas e que não conheço por saber que o resultado esperado mais frequente será passar o resto do dia e o resto da viagem a correr para a casa de banho mais próxima, conforme podemos ver nas fotos seguinte que tirei no centro comercial que referi há pouco e que dão a entender que os tailandeses percebem bem o que nos acontece se comemos o mesmo que eles. Como tal, colocaram esta sinalética, que é universal, pluricultural, não necessita de tradução e é o mais perceptível e intuitiva possível para conseguirmos chegar ao WC a tempo de não sujarmos a roupa interior. Aposto que os tailandeses também ficavam doentes se comecem as nossas iguarias, como o nosso Cozido à Portuguesa, Bacalhau à Braga, Feijoada ou até Rojões à Moda do Minho:





Voltando à comida, posso dizer que não tive a oportunidade nem obrigatoriedade de comer apenas comidas tailandesas por estar alojado em hotéis com comida “de cá”, mas provei algumas coisas locais, principalmente peixe, omeletas e sobremesas à base do coco (como gelatina de coco e uma coisa feita à base de leite de coco que era ao mesmo tempo doce e salgada). De resto vi lá umas comidas que só pelo aspecto seria incapaz de provar e como tal, sempre que possível e tendo em conta que bife é bife e frango é frango, comia sempre comidas à base de bife grelhado e frango grelhado com batata frita e arroz (pratos que costumo comer em todos os locais que visito, para não arriscar, mesmo na Índia onde as Vacas são tão sagradas para os indianos como os bifes são sagrados para mim). Vejam algumas fotos de alguma da comida que fui “obrigado” a comer:











Muitas pessoas comem de tudo o que encontram nos países que visitam, eu prefiro comida. Por falar em comida, pude ver durante a viagem, no hotel e no aeroporto, alguns estrangeiros que preferem comer mesmo os produtos tailandeses. Vi vários casos de velhos ocidentais que fazem viagens de “negócios” à Tailândia sozinhos, deixando a família em casa e passeavam todos descontraídos acompanhados por “tailandesas” que aparentavam ser prostitutas ou acompanhantes (eu coloquei aspas porque a Tailândia é um dos países com mais travestis e transexuais e como tal, estes velhos podem estar a comer gato por lebre ou em alguns casos, na hora da refeição, passam eles a ser o prato principal). É caso para dizer que estes estrangeiros, no que toca à refeição, preferem comer o acompanhamento.

Este foi o terceiro e último post sobre as minhas viagens pela Tailândia e espero voltar lá brevemente (se me deixarem) para ver mais algumas coisas más e outras até interessantes.

Sem comentários: