Volta ao Mundo em Tupperware

Onde andam os vossos tupperwares (para alguns também conhecidos por tamparués, caçarolas, caixas, recipientes, coisas para guardar comida)? Parece uma pergunta fácil de responder, mas se pensarem bem, até nem é. Quantas destas coisas têm em casa que vos pertencem? Quantas vos faltam? Onde estão as que vos faltam? Quantas têm que não são vossas? E de quem são? Serão das pessoas que vos emprestaram para levarem os restos de bolo de uma qualquer festa de anos? Pois é, o que parecia ser um desafio simples de resolver, transformou-se rapidamente num complexo problema que parece não ter solução.

Eu não sei responder a isto, já que sempre que vou jantar ou almoçar à casa de algum familiar e sobra alguma coisa (confesso que são raras as vezes que isso acontece porque prefiro levar a comida no estômago) lá trago um ou outro tupperware com comida. Por vezes lembro-me de devolver, mas nem sempre isso acontece e é impossível manter a logística dos tupperwares organizada.



Vou fazer apenas um pequeno parênteses para abordar um documentário que este assunto me fez lembrar sobre a entrega de comida em Mumbai, na Índia, em que milhares de indianos, os Dabbawala levam lancheiras/caçarolas com comida às pessoas que preferem almoçar no trabalho a comida caseira que as suas mães ou esposas cozinharam de manhã nesse mesmo dia. São milhares de caçarolas entregues todos os dias por volta do meio-dia e raramente se perde uma, tendo sido considerado o melhor sistema logístico do mundo, mesmo sendo efectuado por pessoas, na sua grande maioria, analfabetas e que entregam as caçarolas a pé, de bicicleta e de comboio.

Voltando aos tupperwares, era interessante manter a rastreabilidade de todas estas caçarolas para verificar como se movimentam pelo país e pelo mundo (eu tenho um tupperware meu que já foi para Espanha e por lá ficou… a não ser que tenha saído de lá para a casa de qualquer outra pessoa, que mora num qualquer outro pais). Proponho que seja efectuado um estudo e depois um documentário por parte da National Geographic. Uma espécie de “Grandes Migrações”, mas de tupperwares. Para isso, os tupperwares poderiam ser marcados com uma tag RFID, com um código único, o local de origem (com o nome, número de telefone, e-mail e morada do proprietário), e com um chip GPS+GPRS para ir transmitindo periodicamente a sua localização e o tipo de comida que têm no seu interior para um servidor central. Vejam uma foto seguinte com um protótipo:



Esta informação poderia ser consultada através de um site do projecto onde as pessoas analisariam estatísticas, curiosidades, veriam mapas, e constatariam as grandes distâncias que estes recipientes percorrem durante a sua existência, a quantidade de pessoas que os utilizam e a quantidade de casas onde entram. Proponho até um nome para o projecto: “Volta ao Mundo em Tupperware” e o site poderia ser o www.voltaaomundoemtupperware.com. Depois podia ser interessante criar uma rede social de tupperwares em que as pessoas que trocaram os recipientes se poderiam conhecer, colocar fotos, trocar receitas, etc.

Fica aqui a ideia para este estudo científico e social e caso alguém decida avançar com a implementação do projecto, estou disposto a ceder alguns dos meus tupperwares para serem marcados e estudados.