sábado, 31 de outubro de 2009

Processo Face Oculta



A justiça portuguesa tem nos seus braços mais um processo de corrupção que envolve altos dirigentes de bancos e de grandes empresas, assim como outros empresários e advogados. Alguns dos mais mediáticos envolvidos neste caso são:

  • Armando Vara (vice-presidente no Millenium BCP)
  • José Penedos (administrador da REN)
  • Manuel Godinho (empresário)
  • Paulo Penedos (advogado e filho de José Penedos)

Existem ainda mais algumas empresas visadas na investigação como o caso da Galp Energia e REFER (Rede Ferroviária Nacional).

Deram o nome de “Face Oculta” a este processo porque os envolvidos passam muito tempo com a face escondida por detrás de livros que ensinam como ser corrupto, aprendendo com os melhores, como o caso de Bernard Madoff. É já do conhecimento público que ninguém pode ocupar cargos em bancos e grandes empresas se não souber toda a teoria sobre corrupção. É necessário estudar a teoria para depois a colocar em prática, recebendo e pagando subornos em numerário ou carros de elevadas cilindradas.

E pergunto eu: Para quando a abertura de uma licenciatura que ensine como ser corrupto? Esta licenciatura deveria incluir, entre outras as seguintes cadeiras:

  • Política I e II – Cadeiras que ensinam noções básicas de políticas que permitirão aos alunos entrar na política como militantes, passar por vereadores, por ministros do governo e de seguida saltarem para um cargo de gestão de grandes empresas;
  • Corrupção Activa e Passiva – Cadeiras que ensinam, do ponto de vista teórico e prático, os conceitos de corrupção, roubo, extorsão, tráfico de influências e lavagem de dinheiro;
  • Lavagem – Cadeira que aprofunda os mecanismos de lavagem de dinheiro através da criação de empresas fictícias;
  • Mentiras e Comportamento – Cadeira que prepara os alunos para saberem mentir enquanto controlam os sinais vitais, suores e nervosismo para não deixar transparecer as mentiras, convencendo as pessoas que os ouvem;
  • Automóveis – Cadeira que ensina os alunos a escolherem os melhores carros, para saberem o que pedir quando confrontados com subornos em bens materiais;
  • Culinária e Hotelaria – Cadeiras que ajudam os alunos a escolherem os melhores hotéis e restaurantes onde se possam reunir para levar a cabo as suas acções de corrupção;
  • Software e Electrónica – Cadeira muito importante que ensina os alunos como escaparem às escutas telefónicas e como enviarem e-mails sem deixar rasto;
  • Português Técnico – Cadeira que prepara os alunos para dominarem os sinónimos técnicos usados na banditagem, como o caso de “Pacote”, “Outro”, “Desaparecer”, “Sítio”, entre outros;
  • Economia – Cadeira que ensina os alunos a gerirem as suas fortunas, provenientes da corrupção.

Esta Licenciatura poderia ter o nome de “Licenciatura em Gestão de Empresas e Bancos”.

(A propósito das mãos de mulher que aparecem a segurar o livro na imagem que adicionei ao post... não me perguntem de onde vieram porque não sei. Suspeito no entanto que algum dos arguidos, para além da corrupção, também se dedique ao travestismo ou então também existem mulheres corruptas envolvidas no processo.)

2 comentários:

Anónimo disse...

De acôrdo.
Aprender a ser corrupto por prática leva tanto tempo que depois fica-se velho demais para se gozar o que se roubou.
Com a Lienciatura, mesmo os mais burros , não gastarão mais do que 3 a 4 anos. VENHA ELA!

Anónimo disse...

Também seria interessante abrir uma Universidade para alguns procuradores aprenderem a fazer justiça, já que em política suja já eles são doutorados.
Senão como justificar frases como estas no processo, o que pode levar à condenação de inocentes:
“785.º Com esta conduta, Manuel Godinho e a “O2” procuraram obter benefício patrimonial de, pelo menos, 128,80€ e causar à REN um prejuízo, ao menos, equivalente”.
894.º “… visando dar aparência formalmente legal ao procedimento, …”.
"1040.º No dia 8 de Abril de 2009, pelas 9h36, Manuel Godinho instruiu Namércio Cunha a oferecer, por ocasião da Páscoa, um pão de ló a José Penedos, o qual devia enviar por intermédio de Paulo Penedos."
Mas,
Estatuto dos Magistrados Judiciais
Lei n.º 21/85, de 30 de Julho
Artigo 5.º
Irresponsabilidade
1 - Os magistrados judiciais não podem ser responsabilizados pelas suas decisões.